Interior

Casa desaba em Craíbas e assusta os moradores

Homem que residia no local sofre ferimentos e é socorrido por vizinhos; imóvel fica quase totalmente destruído

Por Davi Salsa - Sucursal Arapiraca / Tribuna Independente 22/06/2024 09h05 - Atualizado em 22/06/2024 09h12
Casa desaba em Craíbas e assusta os moradores
Casa que desabou no município de Craíbas foi praticamente destruída - Foto: Reprodução

As constantes explosões da Mineradora Vale Verde, em Craíbas, levantaram mais uma polêmica na cidade agrestina.

Na quarta-feira (19), uma casa desabou na Rua Pau Ferro, no centro da cidade, e assustou os moradores da localidade.

O telhado e a parede do imóvel cederam e caíram sobre um veículo que estava no interior da residência.

Um homem identificado como Francisco Lulu sofreu escoriações e chegou a ser socorrido por vizinhos, mas sem maiores complicações de saúde.

Depois do ocorrido, os comentários na cidade era de que o desabamento do imóvel teria relação com as periódicas explosões provocadas pela Mineradora Vale Verde (MVV).

A cidade de Craíbas é conhecida como “Terra dos Minérios”, por conta da riqueza do seu subsolo, onde se encontra a maior concentração de minérios de cobre e ferro da Região Nordeste.

Por conta disso, a Mineradora Vale Verde (MVV) se instalou no município, há 13 anos, com a construção de uma planta de exploração dos minérios para a produção de matéria-prima vendida às indústrias de base, no Brasil e no exterior.

Desde o início das atividades da mineradora que moradores de localidades no entorno da empresa denunciam rachaduras nas casas.

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) entraram no caso. Foram realizadas vistorias em 95 imóveis no entorno da empresa. Todos os imóveis na zona rural de Craíbas, mais precisamente nos sítios Pichilinga, Lagoa do Mel, Torrões, Ipojuco, Umbuzeiro e Pau-Ferro.

O mais recente estudo realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) identificou quatro localidades do município de Craíbas onde as rachaduras nos imóveis são mais intensas.

A pesquisa foi feita para avaliar o principal motivo do surgimento das rachaduras, há mais de um ano, nas paredes, chão e outras partes da estrutura física das residências, e até em uma igreja localizada na área rural do município agrestino de Alagoas.

Até o momento não foi publicado nenhum estudo técnico conclusivo sobre a situação. Há pelo menos um ano e meio que vários tremores de terra estão sendo registrados nas cidades de Craíbas, Arapiraca e Feira Grande.

O Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) vem acompanhando e monitorando a situação.

Até este mês de junho já foram contabilizados 57 tremores de terra nas três cidades do Agreste alagoano. Uma equipe de estudos da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), do curso de Geografia, também está monitorando os abalos e avaliando a relação dos tremores e a possibilidade da ação humana.

A Tribuna apurou que a Defesa Civil de Craíbas acompanha o caso do desabamento do imóvel no último dia 19 de junho. As informações técnicas são de que o desmoronamento do telhado e parede da residência não teve qualquer relação com a atividade da mineradora.